Amazon testa ferramenta de IA que permite compras em lojas de terceiros pelo seu aplicativo

A Amazon, uma das maiores empresas de tecnologia e comércio eletrônico do mundo, está testando uma ferramenta inovadora que pode mudar completamente como os consumidores realizam compras online. A nova funcionalidade usa inteligência artificial generativa para permitir que os usuários comprem produtos de sites de terceiros diretamente pelo aplicativo da Amazon, mesmo que esses produtos não estejam listados no marketplace da empresa.

O objetivo da iniciativa é oferecer uma experiência de compra mais fluida e centralizada, reunindo produtos de diversos sites e permitindo que o usuário encontre o que precisa sem sair do ecossistema da Amazon. Essa mudança sinaliza o início de uma nova fase na forma como marketplaces se relacionam com a concorrência — e como a IA pode ser usada para ampliar alcance e engajamento.

Como funciona a tecnologia?

A nova funcionalidade utiliza um sistema avançado de inteligência artificial, treinado para navegar na internet, identificar ofertas de produtos em lojas terceiras, e agregá-las de maneira organizada no ambiente do aplicativo Amazon. Quando um usuário realiza uma busca, o algoritmo vasculha diferentes e-commerce, filtra resultados relevantes, avalia avaliações, preços, prazos de entrega e reputação das lojas — e então oferece essas opções ao usuário.

Esses produtos aparecem com o selo “disponível fora da Amazon” e, ao serem clicados, abrem uma interface adaptada diretamente no app. O consumidor pode ver as fotos do produto, ler descrições, selecionar tamanhos ou cores, e até realizar o pagamento. Embora o item seja vendido e enviado por outra loja, toda a experiência de compra permanece integrada ao ambiente da Amazon.

Isso significa que o usuário não precisa abrir o navegador, procurar por avaliações em outros sites ou inserir dados de pagamento em várias plataformas — todo o processo fica centralizado em uma única interface confiável.

Por que isso é relevante?

Esse movimento representa uma grande ruptura no modelo tradicional de marketplace. Até então, a Amazon funcionava como um espaço onde lojistas se cadastravam para vender seus produtos diretamente na plataforma. Agora, a empresa passa a funcionar também como um agregador de conteúdo e produtos de terceiros, algo mais próximo do que o Google faz com buscas ou o que o TikTok Shop tem feito em alguns mercados.

Para o consumidor, isso significa mais conveniência, mais opções e maior poder de comparação. Já para a Amazon, trata-se de uma forma de reter usuários por mais tempo dentro de seu ecossistema digital e explorar novas formas de monetização — como comissões sobre essas compras externas ou parcerias estratégicas com os lojistas destacados.

Fase de testes e futuro

No momento, a funcionalidade está em fase beta e disponível apenas para um grupo limitado de usuários nos Estados Unidos. A empresa ainda não divulgou um cronograma oficial para a expansão global, mas é esperado que o recurso seja disponibilizado para mais países ainda em 2025, especialmente mercados relevantes como o Brasil, onde a Amazon já tem forte atuação e onde o comércio eletrônico cresce aceleradamente.

Especialistas acreditam que essa abordagem híbrida — entre marketplace tradicional e buscador inteligente de produtos — pode ser o futuro do e-commerce. Com a evolução da IA, os consumidores exigem experiências de compra cada vez mais rápidas, personalizadas e integradas, e essa nova proposta da Amazon atende exatamente a essa demanda.